Estudo brasileiro aponta quantos anos de vida perdemos se alimentando mal.
A avaliação inédita dos hábitos alimentares dos brasileiros revelou impactos diretos na expectativa de vida saudável. Publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health, o estudo utilizou o Índice Nutricional de Saúde (Heni) para quantificar ganhos ou perdas em minutos de vida saudável por consumo contínuo de diferentes alimentos. Pois, os pesquisadores estimaram emissões de gases e consumo de água associados a cada porção.
Metodologia e Índice Nutricional de Saúde
Os autores definiram o Heni a partir de dados epidemiológicos e de consumo alimentar registrados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (INA 2017–2018). Pois, o índice compara hábitos com riscos de doenças crônicas, convertendo anos de vida saudável em minutos. Para calcular esse tempo, cada alimento teve seu componente de risco ponderado pela quantidade média consumida no Brasil. Em seguida, o estudo agregou esses fatores de risco e transformou a estimativa líquida de μDALYs (anos de vida saudável perdidos) em minutos.
Impactos na Saúde e no Meio Ambiente
A análise cobriu 33 alimentos que mais contribuem para a ingestão energética dos brasileiros. De um lado, produtos de origem animal registraram maiores custos ambientais e saúde comprometida. Por outro lado, itens vegetais tiveram melhor pontuação no Heni e menor impacto ambiental. Por exemplo, o consumo diário de 115 gramas de bolachas recheadas reduziu, em média, 39,7 minutos de vida saudável. Já peixes de água doce acrescentaram 17,2 minutos ao bem-estar, pois associam nutrientes benéficos a baixo custo ambiental.
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Principais resultados do Heni
Entre os alimentos que mais tiram minutos de vida estão bolachas recheadas (-39,7 minutos), carne suína (-36,1) e margarina (-24,8). Em contraste, banana (+8,1 minutos), feijão (+6,5) e a combinação arroz com feijão (+2,1) destacaram-se por promover saúde, além de utilizarem recursos hídricos e emissões de CO₂ inferiores à média nacional.
Sustentabilidade na produção
O levantamento também avaliou pegada hídrica e de carbono por porção. A pizza de muçarela demandou 306 litros de água, enquanto uma porção de carne bovina gerou 21 kg de CO₂. Em suma, alimentos de base vegetal apresentaram pegadas ambientais menores, conforme demonstraram os pesquisadores da USP, UERJ e DTU.
Desafios Regionais e Monotonia Alimentar
Os autores identificaram monotonia alimentar em quatro agrupamentos regionais, pois no Nordeste e parte do Norte, o consumo de carne seca reduziu 61,1 minutos de vida saudável, enquanto o açaí com granola acrescentou 41,4 minutos. Contudo, essas variações mostram necessidade de políticas que incentivem a diversidade de alimentos nativos e sustentáveis.
Conclusão
Contudo, o estudo evidencia consequências mensuráveis das escolhas alimentares sobre saúde e meio ambiente. Por isso, orientar politicas públicas para promover dietas variadas e gerar acesso a alimentos saudáveis representa caminho essencial para prolongar a vida saudável da população e reduzir impactos ambientais. Em suma, essas descobertas fornecem bases sólidas para estratégias de alimentação mais conscientes e sustentáveis.
Estudo brasileiro aponta quantos anos de vida perdemos se alimentando mal. Fonte: https://encurtador.com.br/9PyiC